segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Metades Diametralmente Opostas

Nasci partida ao meio. Disso tenho certeza. Tenho dentro de mim uma adolescente no auge de seus 17 anos, audaciosa, corajosa, que ama viver perigosamente, sem juízo algum, alcoólatra, festeira, inconsequente, feliz... quase uma "Natacha" do Capital Inicial. Cuja vizinha neste corpo "casa" é uma senhora com seus 60 anos de vivências, todas as suas amargas desilusões, suas rugas de experiência de quem viveu muito e dolorosamente, seus medos, conformada, com sua sensatez exacerbada, suas descrenças por tudo o que já viu e viveu, infeliz... cuja música que a representa melhor é "Relicário" dos Titãs. No meio deste abismo de gerações sobrevive um ser de duas décadas e 6 anos de vida tentando decidir, opinar, enfim viver, mediando estas duas situações diametralmente opostas. Como ser são nesta situação? Como saber quando eu devo escolher esta ou aquela, 17 ou 60? Nunca sei dosar realmente a influência das duas... Logo nada que penso ou que faço segue um padrão normal. Posso variar de um extremo ao outro em milésimos de segundo, mas acho que isso torna mais divertida a minha existência, pois eu mesma surpreendo-me com as minhas escolhas e atitudes dia após dia. Além disso experimento os dois extremos: a euforia do adolescente e o conformismo do amadurecido. O difícil e não ser insano, pelo menos não vivo a monotomia dos iguais...

A essência do ser antagônico

Desde que nasci lembro-me de ser deste jeito. O antagonismo faz parte do meu mais profundo ser e sempre foi o meu mais fiel companheiro. Comigo o sempre dura muito pouco... uma hora amo tudo o que faço, tudo o que sou, tudo o que sei, segundos depois nem mesmo sei quem sou ou o que quero. Aprendi comigo mesma que monotonia é ser e estar sempre do mesmo jeito. E eu, particularmente, odeio a monotomia, a rotina, a disciplina, as metodologias de ser um ser humano socialmente sociável, socialmente incluído, socialmente ser humano como todos os outros. A melhor coisa da vida é poder ter e mudar de opinião sempre e sempre, quanto necessário seja. Esta história de que só se é alguém quando se tem uma opinião, é muito da fajuta. Na verdade as opiniões definem os momentos, e como os momentos passam, a cada momento novo devemos ter novas opiniões. Eu não sou. Eu estou alguma coisa ou de alguma forma em determinado momento. A mediocridade consiste na mesmice do ser, na repetição de idéias, na cópia. A diversidade, e o infinito de opções embelezam o nosso dia à dia e permitem que avancemos rumo à evolução do ser. Defina-se mais não limite-se. Este é o meu lema.