sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Frivolidades

Difícil esse negócio de ser feliz, estar feliz... Ando meio cansada dessa alternância de humores, de sentimentos, de emoções. Não estou mais sabendo lidar com a minha principal característica: a inconstância. O que eu mais prezo, que é a capacidade de mudar constantemente, hoje tem sido meu maior algoz. Ando meio cansada... estranho isso, cansada em plena flor da idade, mas é como me sinto. Realmente não sei o porquê. Acho que preciso me dar férias! Férias dessa caótica organização da minha psique, desta desorganização detalhista dos meus pensamentos, desta minha mente repleta de frivolidades hipervalorizadas. Ainda bem que tudo passa! Anicca!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Retrospectiva

Fim de ano! Momento de reflexões de tudo o que foi vivido e experimentado, experienciado neste ano que passou. Este ano para mim iniciou com uma cara de que ia ser mais um ano qualquer, daqueles bem paradões, sem muitos acontecimentos. Que surpresa a minha! Eis um ano de crises!!! Pausa para adendo 1: "... o conceito de crise é explicado como toda a situação de mudança a nível biológico, psicológico ou social, que exige da pessoa ou do grupo, um esforço suplementar para manter o equilíbrio ou estabilidade emocional. Corresponde a momentos da vida de uma pessoa ou de um grupo em que há ruptura na sua homeostase psíquica e perda ou mudança dos elementos estabilizadores habituais." Enfim! Descobri que nada é como parece ser, ninguém é o que diz, e sim o que faz, e que o egoísmo nessa era parece ser a tábua de salvação da humanidade. Nunca um ano pareceu tão intenso pra mim, senti na pele o peso das consequencias de atitudes impensadas, de como realmente as coisas podem acontecer com você, não somente com seu vizinho ao lado. Foi um ano de inverdades que me mostraram as maiores verdades. Acho que foi um ano inteiro de provas, como se a cada dia eu fizesse uma prova e esta nunca tivesse um fim. Sinto que o fim desta prova ainda não chegou... é como se eu precisasse enxergar bem mais fundo o que estas questões me apresentam, qual o sentido real disso tudo, o que realmente eu tenho a aprender. Sei que a vida é feita de provas, e que elas se apresentam de diversas formas, o difícil é perceber quando elas aparecem, e qual o verdadeiro significado das entrelinhas... Parece que cada vez que tento me aproximar da simplicidade o complexo me aparece, difícil entender os desígnios do além. Quanto mais tento entender, menos entendo. Bom... só percebo que esse ano serviu pra eu aprender pelo menos uma coisa: olhe bem pra dentro de si mesmo, e perceba que ser egoísta às vezes é fundamental. Pode parecer uma coisa completamente absurda isto, mas a sua vida pode depender de atitudes egoístas. Espero que eu consiga restabelecer a minha homeostase pisíquica e que recupere ou atinja um equilíbrio dentro desta mente cheia de antagonismos e de idéias efêmeras. Adendo 2: "a crise é vista, de igual modo, como uma ocasião de crescimento. A evolução favorável de uma crise, conduz a um crescimento, à criação de novos equilíbrios, ao reforço da pessoa e da sua capacidade de reação a situações menos agradáveis. Assim, a crise evolui no sentido da regressão, quando a pessoa não a consegue ultrapassar, ou no sentido do desenvolvimento, quando a crise é favoravelmente vivida." Punto e basta! A espera por 2011...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Cuidado! Frágil!

Às vezes me impressiono com a fragilidade humana. Para mim, é difícil distinguir o que faz mais frágil um ser humano, se é sua atividade emocional ou simplesmente sua manifestação física (corpo humano e suas derivações). Vivemos a procura do tudo em busca do nada e nesta corrida incessável nos tornamos cada vez mais vulneráveis a todos os tipos de coisas. Somos assolados por um vazio indistinguível do que realmente somos, queremos ou pensamos. Cada vez mais percebo que esta vulnerabilidade nos deixa a mercê de idéias, desejos, sentimentos supostamente nossos. Afinal, do que precisamos realmente? O que queremos? O que pensamos? O que somos? O que, o que? Me cansa ver a mim mesma frágil emocionalmente, fisicamente, mentalmente em busca de um equilíbrio que eu não sei realmente se existe, onde encontrá-lo e para que serve. Acho que alguém muito esperto descobriu que todos somos frágeis antes de todo mundo e se usufruiu e usufrui deste segredo, fazendo com que nos percamos de nós mesmos sem perceber... Me cansa isso tudo! Seria bem mais fácil se todos olhássemos para dentro, no mais profundo do ser, e percebêssemos que tudo está conectado,tudo faz parte de um único todo, não adianta tentar se esconder a verdade sempre estará dentro de nós. Não quero mais fingimentos.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

De dúvidas vive o homem

De uma coisa tenho certeza, a dúvida move o mundo! Parece um paradoxo, mas acredito que funcione assim mesmo. O que seria de nós se não existissem as dúvidas? São dos grandes questionamentos que surgem as grandes idéias, são das perguntas que fazemos a nós mesmos que surgem as nossas mudanças. O que seria de nós, se em algum dia os maiores pensadores da história não tivessem tido suas dúvidas acerca de inúmeras certezas. O mundo seria plano, o sol giraria em torno da terra e estaríamos todos restritos a um pequeno lugar nesse imenso planeta. A civilização como conhecemos hoje surgiu a partir de grandes homens com grandes dúvidas. "Dúvida (derivado do latim dubitare) é um estado mental ou uma emoção entre acreditar e desacreditar." Mas este sentimento tão desafiador e propulsionador, tortura a mente de quem o tem como adjetivo principal de sua personalidade. Aquele que de tudo duvida sofre a angústia de todas as incertezas... Eu vivo de dúvidas acreditando ter todas as certezas. Acho que esta emoção de crer e não crer é a adrenalina do mundo. E como todas as coisas que dão adrenalina nesta vida, vicia e dá um medo enorme.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Meros devaneios tolos

Penso que talvez tenha me perdido de mim mesma. Não sei realmente se até hoje cheguei a me encontrar algum dia. Encontrar-se consigo mesmo é privilégio para poucos. Talvez aqueles mais afortunados tenham esta sorte um dia... Para muitos encontrar-se pode ser considerado o ponto máximo de sua vida, enquanto que para alguns isso parece assustador. Eu me vejo no grupo em que tanto perder-me de mim mesma, quanto encontrar-me mostra-se paradoxalmente assustador e encantador. Não sei se tenho me perdido demasiadamente ou se realmente me encontrei. O fato é que o que sou hoje, ou como estou hoje, me é estranho. Às vezes parece-me que estou alheia a mim mesma, que assisto-me como assistiria a uma peça de teatro. Rindo, comovendo-me, revoltando-me... sem direito a qualquer intervenção. Como mera expectadora da minha vida. Me parece que uma grande personagem se apoderou do meu corpo e o meu confuso EU deixou-se dominar ficando restrito a somente observar e observar...

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Essa tal "não-solidão" cibernética

Ultimamente ando pensando muito sobre muitas coisas, mas um tema em particular chama minha atenção. O que fazer com esta falsa "não-solidão" cibernética que nos assola? Todos os dias verifico uma quantidade enorme de pessoas conectadas de todas as formas por e-mails, orkut, facebook, twitter, msn... ficar só, ou ser esquecido parece algo impossível nos dias de hoje. Mas será que esta falsa percepção de etarmos sempre acompanhados, seguidos, ou que temos uma multidão ao nosso redor, supre realmente a necessidade de socializar do ser humano?! O que vejo é uma imensidão de solitários falsamente acompanhados. Não que eu seja contra estas "cybercompanias", pelo contrário! Ultimamente são as minhas mais fiéis acompanhantes! No entanto, percebo o quanto isso acaba me afastando das pessoas reais, teclo diariamente com uma infinidade de solitários, como eu, para nos sentirmos falsamente acompanhados... e percebo que as vezes fazem meses e até anos que não escuto a voz destas pessoas, não vejo a expressão do rosto, o brilho nos olhos... Sinto que esta falsa "não-solidão" cibernética nos deixa cada vez mais sós, isolados, cria uma multidão de scraps, msgs, emoticons, "twitts"... Mas nada de olhos nos olhos, de risadas altas compartilhadas, enfim... A sociedade moderna nos impõe certas particularidades, ao mesmo tempo que nos aproxima nos afasta. Fazer o o quê? É o preço que se paga...

domingo, 25 de abril de 2010

Ninho vazio

"Síndrome do ninho vazio". Já ouviu esta expressão em algum lugar? Acho que é assim que estou me sentindo no momento. Sempre tive muitas pessoas ao meu redor, para me ocupar, me pré-ocupar, encher minha vida e meus momentos com sua vida... Me vejo agora, sozinha, longe de todos aqueles por quem, e para quem vivi até hoje. Não é fácil se deparar com a sua própria existência, olhar pra si mesmo o tempo todo, se ocupar de si. A solidão dói... não por estar só, e sim por estar com você mesmo o tempo todo. Não sei me ocupar muito de mim, acho bem mais fácil me ocupar dos outros, fiz esta escolha desde sempre na minha vida, até na profissão que escolhi. Ocupar-me de mim mesma será uma tarefa desbravadora e inovadora para mim. Acho que uma das mais importantes da minha vida, talvez. Olhar pra dentro de verdade, é isso que preciso aprender a fazer...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

ANICCA!

Bom, em mais um dos meus episódios de minha experimentação humana, permiti-me conhecer o silêncio real, concreto e "absoluto". Submeti a mim mesma a 10 dias de total silêncio e constante meditação, onde qualquer contato humano, seja ele visual, físico ou falado eram proibidos. Confesso que inicialmente fiquei um tanto quanto desapontada, porque o que experimentei não se pareceu com silêncio algum. Pelo contrário! Minha mente tagarelava o tempo todo me colocando em situações nunca antes experimentadas ou relembrando aquelas velhas conhecidas. Falar é um hábito quotidiano de praticamente qualquer ser humano vivente e não vivente deste planeta e para a grande maioria deles, este é o principal meio de interação com o ambiente como um todo. Nunca imaginei-me sem falar, até porque nesta sociedade em que vivemos o ser social bem sucedido é aquele que se expressa muito bem através do ato de falar. E eu, como boa geminiana, filha de professores que sou, sempre me utilizei bem deste meio de comunicação. Viver esta experiência me mostrou o quanto estive equivocada, ou apenas exagerada durante quase toda minha vida. Falar é importante, divertido, mas atrapalha muito!!! Estes dez dias de silêncio me permitiu ver o quanto minha mente fala e eu não escuto, o quanto eu perco interpretando mal as pessoas, as situações, por não ouvir e perceber os detalhes, pelo ímpeto de falar e falar e falar.
Nesta jornada de 10 dias também tive a oportunidade de entrar em contato pela primeira vez com o preceito Budista da impermanência (Anicca), aquele que reza que tudo é impermanente. Confesso que a descoberta da existência deste me deixou extremamente aliviada. Já que sou partidária e praticante daquela máxima de mudar de opinião a qualquer momento, saber que tudo é sempre impermanente me faz sentir menos problemática com minhas constantes mudanças radicais de opinião sobre as coisas. Esta lei é um bálsamo! Se tudo é impermanente, porque sofrer? Não faz sentido algum sabendo que qualquer situação não permanecerá para sempre. Minha máxima agora é Anicca, anicca, anicca! Enquanto isto permanecer em mim espero ver o mundo com mais cores, falar somente o necessário e escutar e perceber melhor os detalhes que fazem toda a diferença.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

LIBERDADE

O homem é prisioneiro do seu próprio ser. Tenho a impressão de alguém já ter dito esta frase em algum lugar antes, só não consigo recordar no momento. EU, como ser terráquea, encarnada e tridimensional que sou, reconheço minhas próprias limitações físicas e espaciais que limitam-me a este planeta e corpo neste momento. No entanto, não compactuo com qualquer limitação que seja cuja qual atinja meu campo abstrato (mente, psique, alma, aura, etc...). EU gosto e gozo de minha liberdade! Eu como, faço, falo, vou, volto, escuto, penso, escolho,e tudo... o mais que eu quiser. E não pense que isto é impossível ou egoísta, isso é o que o livre arbítrio me permite e me dá por direito. Logo usufruo sem me sentir culpada ou pecaminosa. O maior bem e o maior mal da humanidade é a liberdade! Este direito transcendentalmente divino de ser LIVRE para escolher o que quisermos é a nossa redenção e a nossa perdição. A escolha é cruel, mas é essencial. EU, particularmente, escolhi ser livre, tão livre, ao ponto de me permitir escolher não o ser a qualquer momento. As consequências de minha liberdade, sejam elas as que forem, foram as que EU escolhi, portanto são válidas. Não digo que não são dolorosas às vezes, mas inválidas, NUNCA! Torno a dizer: O homem é prisioneiro de seu próprio ser. A única pessoa que te impede de ser LIVRE é VOCÊ mesmo.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

As coisas que não entendo

Não entendo um monte de coisas nesta vida. Não entendo porque temos que brigar com quem amamos.Porque as coisas parecem seguir por caminhos tão tortuosos às vezes, com obstáculos que nos parecem intransponíveis e que quando observamos bem de pertinho, só existem na nossa mente.Às vezes fico imaginando que tudo que vivemos é fantasia, como se estívessemos o tempo todo vivendo como Alice no País da Maravilhas, correndo atrás de um coelho imaginário e experimentando situações criadas por nós o tempo todo. Mas no fundo deve ser isso mesmo, tudo o que vivemos é criado por nós, pelas nossas expectativas, pelos nossos paradigmas, pelos nossos pontos de vista, pelos nosso traumas... Queria não me importar tanto com isso, com o porquê das coisas e das situações, queria simplesmente aceitar as coisas como elas são. Ia ser tão mais simples...

Reproduzindo diálogo entre Alice e o Gato no País das Maravilhas:
"Alice: Vamos ver pra onde é? Que caminho é que eu vou tomar?
Gato:Perdeu algo?
Alice: Oh! hehe hehe Não nada!Isto é, eu estava pensando...
Gato: Tudo bem...Vou indo...
Alice: Oh espere! Não vá! Espere!... Eu só queria saber que caminho tomar?
Gato: Oh! Isso depende do lugar aonde quer ir...
Alice: ... Realmente não importa desde que eu...
Gato: Então... não importa que caminho tomar."

Acho melhor continuar sem entender um monte de coisas, mas buscar saber que caminho irei tomar em cada momento desta vida, quando topar com eles por aí.